A casa Slice é um projeto do escritório procter-rihlque feito especialmente para um cliente que procurou o escritório. O projeto surge da mistura das preocupações brasileiras e britânicas. Embora o edifício faça referência à arquitetura modernista brasileira, sua forma tem um interesse mais contemporâneo europeu em termos de complexidade assimétrica.
Localizada em Porto Alegre, a casa nasce da complexidade do terreno onde raramente se consegue aproveitar o espaço.
Foi selecionanda para representar o Brasil no Latino-America IV Bienal de Arquitetura em outubro de 2004 no Peru e também é reconhecida internacionalmente, tendo sido premiada com o Prêmio RIBA em junho de 2005.
Esse terreno possui 35m de comprimento e larguras que variam entre 3,4m e 4,8m em uma área construída de 210m². Está situada em uma esquina e é toda realizada em aço, vidro e concreto. O concreto aparente está presente nas paredes, nas estruturas e no piso polido. O aço está no telhado e nas calhas e os vidros estão dispostos em vários ambientes.
A casa foi concluída em 2004. O briefing inicial previa apenas um dormitório com suíte e um generoso closet, sala de jantar ao ar livre, jardim privado, além de uma ou duas vagas de garagem. Um cuidado especial com a iluminação também era necessário para privilegiar o uso de luz natural, mas com controle solar e de ventilação que minimizasse a necessidade de ar-condicionado. Ao mesmo tempo, a cliente preferia investir mais em espaços interessantes a em revestimentos caros.
Divisão dos espaços:
Em vez de neutralizar o espaço linear, Procter-Rihl decidiu trabalhar com ele.A maior parte do lugar é um espaço contínuo e aberto para as áreas social e pátio interior.
Espaço externo:
Apesar das dimensões do terreno e a maneira como a casa esta inserida ela possui um jardim de entrada e jardins laterais fazendo com que a casa possua um ar mais familiar apesar das sua arquitetura arrojada e destoante.
O uso de alguns materiais como o cimento aparente e o aço se destacam da arquitetura tradicional local, o que chama a atenção. Além do seu formato geométrico diferenciado.
A crueza brasileira vem através da utilização de materiais como madeira formados em concreto enquanto precisão britânica é um subproduto de construção modular de aço componente. A pele edifício reflete estas duas metades. O revestimento de aço fachada frontal, telhado, calhas e Grillwork estão tudo detalhado de uma maneira britânica. Outros elementos britânicos são o vidro estrutural da piscina, atenção aos detalhes como o uso de plantas brasileiras em camadas menos formal natural comum à paisagem britânica.
Espaço interno:
É um espaço tripartido e esta dividido em sala de jantar/estar e cozinha integrados, 1 suite, 1 banheiro social, terraço com piscina, pátio interno central com jardim, área de serviço e garagem.
Ventilação -Os espaços foram projetados pensando-se na não utilização de meios artificiais como ar condicionado, evitando um alto gasto de energia, além do pensamento sustentavél. Os tetos altos, a ventilação cruzada e os ventiladores de teto nos cômodos dispõem de ar em movimento. O telhado também é projetado com ventilação cruzada para evitar o superaquecimento.
Iluminação - Todas as luzes são de baixa energia e nas garagens elas são equipadas com sensores de movimento. A iluminação natural foi algo prezado, o pátio interno possui a função de iluminar muito bem a casa durante o dia evitando o uso de energia, a piscina tem um papel fundamental na parte de iluminação do pavimento inferior, pois durante o dia traz claridade devido a grande reflexão que possui a água, e a noite suas luzes claream toda a área. E em diversar partes do ano (as quatro estações) sua iluminação é diferente o que deixa a casa ainda mais especial.
Paisagismo - Três zonas climáticas foram identificadas no projeto. O jardim de entrada ( plantada em alturas de camadas mistas plantas arquitetônicase flores, jardim da parede lateral (plantas subtropicais) e o pátio interno ( plantado espécies mistas da floresta tropical). E as plantas que estão espalhadas pelos outros ambientes e na lateral da casa.
Mobiliário - A casa em si possui poucos mobiliários. Mas um deles é fundamental e possui bastante destaque, o mobiliário constitui uma mesa de jantar, um balcão e uma mesa para a varanda, dando união a todos os ambientes e formando um móvel único de 7m de comprimento.
Alguns dos móveis da casa foram desenvolvidos pelo próprio escritório, apesar de não ser uma casa repleta de mobiliário a própria arquitetura serve de adorno por possuir características únicas e marcantes.
A escada também é um elemento muito significativo na constituição do espaço. O feixe de escada diagonal de concreto, com ângulos de baixo para apoiar o corredor em balanço também desaparece em uma linha que flui ao redor do pátio.
Internamente, o que chama a atenção é a exploração de distorções geométricas que criam a ilusão de um espaço menos estreito. Uma série das paredes inclinadas a 70° faz com que o olho do espectador seja deslocado para planos mais distantes, criando a ilusão de um espaço maior. Da mesma forma, os forros inclinados criam uma perspectiva que também distorce a percepção espacial.
Em alguns casos, esse tipo de percepção visual faz o lugar parecer menor, mas como a Slice House tem formato não-ortogonal, essa perspectiva é neutralizada, dando a impressão de que a área é maior do que de fato é.
Fonte:
http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/139/imprime22236.asp
http://www.procter-rihl.com/
http://www.e-architect.co.uk/brazil/porto_alegre_house.htm
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